Você sabe como agir se apresentar sintomas de coronavírus? Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o novo coronavírus, também conhecido como SARS-CoV-2, é o agente causador da doença denominada covid-19. Portanto, é mais apropriado referir-se aos sintomas como sendo da covid-19, em vez de do vírus em si.

A situação atual de pandemia tem suscitado diversas dúvidas. O receio de frequentar serviços de saúde e se expor ao vírus pode levar muitas pessoas com sintomas graves a permanecerem em casa, sem receber o tratamento adequado para uma recuperação eficaz.

Para compreender melhor como agir diante dos sintomas da covid-19, é importante entender as características das formas leves (Síndrome Gripal) e das graves (Síndrome Respiratória Aguda Grave)

 

O QUE FAZER SE APRESENTAR SINTOMAS DE CORONAVÍRUS?

Os sintomas da infecção pelo novo coronavírus geralmente assemelham-se aos de infecções respiratórias comuns, como resfriados, gripes e sinusite. No entanto, podem evoluir para um quadro mais grave. Nesse sentido, podemos categorizá-los da seguinte forma:

Sintomas leves

A forma leve, conhecida como Síndrome Gripal, é caracterizada por sintomas como:

– Febre (temperatura axilar > 37,8ºC) ou sensação febril;
– Calafrios;
– Tosse;
– Dor de garganta;
– Dor de cabeça;
– Congestão nasal (coriza);
– Alterações no olfato ou paladar.

Sintomas graves

A forma grave, denominada Síndrome Respiratória Aguda Grave, apresenta risco à vida do paciente em um curto período de tempo. Além dos sintomas leves, incluem:

– Dificuldade intensa para respirar ou desconforto respiratório;
– Pressão persistente no peito;
– Saturação de oxigênio no sangue < 95%;
– Coloração azulada nos lábios ou rosto (cianose).

QUEM DEVE PERMANECER EM CASA?

A maioria dos pacientes com sintomas leves não necessita de internação hospitalar ou avaliação médica presencial, uma vez que não existe um tratamento com eficácia comprovada para esses casos, que costumam ser autolimitados, ou seja, evoluem naturalmente para a cura. Dessa forma, o deslocamento ao médico pode representar um risco tanto para o paciente quanto para as pessoas ao seu redor.

Diante disso, indivíduos com sintomas leves e que não pertencem a grupos de risco devem permanecer em isolamento domiciliar. Para aqueles que se sentem inseguros, a consulta virtual é uma opção.

Medidas importantes para o isolamento domiciliar

– Cuidados pessoais: Hidrate-se frequentemente, consuma água, sucos e chás. Mantenha uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes e verduras. Descanse e monitore a evolução dos sintomas, especialmente os considerados graves;
– Isolamento domiciliar: Fique em casa por 10 dias a partir do início dos sintomas, ou até que melhore. Prefira um quarto isolado, com porta fechada e janela aberta, evitando compartilhar objetos e cômodos com outras pessoas. Se precisar sair ou conviver com pessoas sem sintomas, use máscara facial;
– Higiene: Lave as mãos frequentemente ou utilize álcool em gel. Cubra a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, usando um lenço descartável, e lave as mãos em seguida. Evite tocar nos olhos, nariz e boca quando estiver próximo de outras pessoas;
– Limpeza do ambiente: Desinfete objetos de uso comum com álcool 70% ou água sanitária. O lixo de pessoas com sintomas deve ser separado e descartado regularmente.

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QUEM DEVE BUSCAR ATENDIMENTO MÉDICO?

Pacientes com sintomas graves devem procurar atendimento médico, preferencialmente em unidades de pronto atendimento ou hospitais. Além disso, algumas pessoas apresentam maior predisposição para formas graves da covid-19, classificadas como grupo de risco. Essas pessoas devem sempre ser avaliadas por um profissional de saúde, mesmo que os sintomas sejam leves.

QUANDO DEVO RECORRER À EMERGÊNCIA?

Indivíduos com sintomas graves devem buscar atendimento na emergência, preferencialmente em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou hospitais. É importante estar atento ao agravamento dos sintomas em pessoas que começaram com sintomas leves.

DIARREIA E VÔMITO SÃO SINTOMAS?

A diarreia e o vômito podem, de fato, ser sintomas da COVID-19 e são frequentemente observados em pacientes infectados.

O vírus SARS-CoV-2 utiliza a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) como receptor para entrar nas células do corpo. Embora sua principal ação seja nas células pulmonares, é comum que também afete o sistema gastrointestinal, que contém receptores ECA2 na mucosa intestinal.

Durante a infecção pelo coronavírus, ocorre uma liberação excessiva de citocinas, que recrutam várias células e desencadeiam um processo inflamatório significativo.

Além da diarreia, sintomas como náuseas, dores abdominais e vômitos são frequentemente relatados por pacientes infectados pelo vírus.

COMO A DIARREIA SE MANIFESTA NA COVID-19?

Embora a diarreia possa ser um sintoma preocupante, não é tão grave quanto os problemas respiratórios associados à COVID-19. No entanto, os pacientes devem ficar atentos à presença de outros sintomas característicos da doença.

Segundo Benjamin Neuman, especialista em virologia da Texas A&M University-Texarkana, não se pode descartar a possibilidade de contaminação fecal-oral, já que ainda não se sabe por quanto tempo o vírus pode sobreviver fora do corpo.

Portanto, é fundamental que todos adotem medidas rigorosas de higiene, como lavar as mãos cuidadosamente com água e sabão após o uso do banheiro, uma prática que também é essencial na prevenção de outras doenças comuns. Devido à falta de informações precisas, os profissionais de saúde devem ter precaução ao lidar com amostras fecais e ao realizar procedimentos, como endoscopia, em pacientes com COVID-19.

QUANDO FAZER O TESTE?

Mesmo em 2024, depois de anos do início da pandemia, ainda é possível que se tenha pessoas infectadas com COVID-19 que não apresentem sintomas, mas que ainda podem transmitir o vírus. Os testes permitem a identificação desses casos assintomáticos, possibilitando que medidas possam ser tomadas para evitar a propagação do vírus.

Saber o status do seu teste de COVID-19 é vital para proteger a si mesmo e aos outros. Se você descobrir que está infectado, mesmo sem sintomas, pode tomar precauções para não transmitir o vírus para outras pessoas, principalmente grupos de risco.

Fontes: Ministério da Saúde e Bronstein

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